Uma nova situação que se desenha no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia tem chamado a atenção de entidades classistas do município como da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste (Acirlag). É que cerca de 700 reeducandos, que vinham sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas voltaram para o semiaberto. Eles são oriundos do motim que deixou nove mortos e 14 feridos em janeiro de 2018.
Durante entrevista a um jornal local, o presidente da Acirlarg, Maione Padeiro demonstrou preocupação com o retorno dos presos, que passam a dormir no semiaberto, que está localizado numa área com alto potencial industrial, que abriga o Polo Empresarial José Alencar, o Complexo Empresarial Metropolitano (CEM), vai receber o Globo Park, o Aeroporto Executivo e Polo Aeronáutico. “Esta medida trouxe uma grande tensão, pois todos aqui tememos uma rebelião, que pode colocar em risco a segurança dos empresários desta região, e de seus funcionários”, declara Maione.
Ele lembra que a região também já está recebendo novas empresas como a Guaraná Mineiro e aos poucos vai se transformando num complexo universitário, como a UFG, que está construindo um centro de estudos. “Como vamos apostar no desenvolvimento de uma região conflituosa? Contamos com a sensibilidade do Governo Estadual para que retire urgente o semiaberto de Aparecida e futuramente todo o Complexo Prisional. Aparecida já deu sua contribuição com sistema carcerário goiano durante décadas, agora está na hora de outra município assumir esse ônus”, pede o presidente da Acirlag.
O Complexo Prisional de Aparecida é composto atualmente pelo o Núcleo de Custódia, a Casa de Prisão Provisória, a Penitenciária Odenir Guimarães, além da Colônia Agrícola do sistema Semiaberto. Outra informação preocupa ainda mais a direção da Acirlag, é que a Secretaria Estadual de Saúde pretende transferir cerca de 50 jovens do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) para o Centro Estadual de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq), que também fica na região. “Não somos contra a recuperação de menores infratores, mas o Credeq foi levado para aquela região com o objetivo de recuperar vidas de dependentes químicos, também esperamos que o governo reveja esta medida”, acrescentou Maione.
Ele também defende um reforço conjunto das forças aparecidenses para evitar um possível motim na região leste. “Esperamos o apoio da Prefeitura, Câmara Municipal, Ministério Público, deputados que representam a cidade, da classe empresarial e toda coletividade para juntos evitar que nossa cidade se torne manchete nacional de forma negativa mais uma vez”, conclui.